terça-feira, 8 de julho de 2008

JUSTIÇA JÁ!!!!



JUSTIÇA JÁ!!!
O menino João Roberto Amorim Soares, 3, teve a morte confirmada no final da tarde desta segunda-feira no Hospital Copa D'Or (zona sul do Rio). A criança foi atingida durante perseguição policial, na noite de domingo (6), na rua General Espírito Santo Cardoso, na Tijuca (zona norte).Policiais são acusados de disparar pelo menos 16 tiros no carro da família do menino, que teve morte cerebral confirmada na manhã de ontem. Os dois PMs envolvidos na operação foram presos no 6º Batalhão (Tijuca). Segundo reportagem da Band News, uma testemunha afirmou que a família foi confundida com bandidos pelos policiais.O secretário estadual de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, chamou de “desastrosa” a ação dos policiais militares que terminou com a morte de João Roberto. "Foi uma ação desastrosa, que demonstrou falta de preparo psicológico e operacional", afirmou.Beltrame afirmou que "um fato como esse não tem desculpa", mas ponderou que os policiais que atuam no bairro da Tijuca estão sob constante tensão. "O policial que sai para a rua em um domingo a noite em uma zona que tem 19 morros já sai preparado, vigilante." Para o secretário, faltou "treinamento, raciocínio, análise de critério."O secretário anunciou nesta segunda que a Secretaria Estadual da Segurança Pública irá inaugurar uma espécie de universidade para formação de policiais nesta terça-feira (8).
PerseguiçãoOs policiais alegam que trocavam tiros com ladrões de um Fiat Stilo preto e negaram ter atirado em direção ao carro em que estava João.A mãe da vítima, Alessandra Amorim Soares, contesta a declaração, afirmando que os policiais atiraram no carro que ela dirigia, um Palio Weekend grafite, assim que encostou na calçada. O pai do menino, o motorista de táxi Paulo Roberto Soares, foi quem falou com a imprensa.A mulher contou a ele que se aproximava do prédio em que vive a família, na Tijuca (zona norte) quando um carro preto passou por ela em alta velocidade. Em seguida, ainda segundo ela disse ao marido, ao ouvir a sirene policial, deduziu que havia uma perseguição e deu passagem à patrulha da PM.Neste momento os policiais começaram a disparar contra o carro dela, que tem os vidros cobertos por película escura. Além do menino, estava no carro a mãe e o irmão mais novo --um bebê de nove meses--, que não ficou ferido.Segundo o marido, mesmo ferida na barriga e pernas, Alessandra abriu a janela e jogou a bolsa infantil que carregava, para mostrar aos PMs que conduzia crianças. Os policiais ainda gritaram: "Cadê o bandido? Cadê o bandido?". Foi quando ela saltou do Palio, abriu a porta traseira, pegou o corpo do primogênito, estendeu-o no chão e repetiu para os policiais, duas vezes: "Vocês mataram meu filho"."Eles [policiais] metralharam o carro da minha mulher e não deram chance de defesa. Tinha criança dentro do carro. Quase que matam a família toda. Minha mulher está com o corpo cheio de estilhaços", disse o pai. Segundo os médicos, a bala que matou João Roberto entrou pela nuca e se alojou na parte frontal da cabeça."Ela [Alessandra Amorim] encostou o carro como todos nós faríamos para dar passagem. Eles não perseguiram bandidos, eles seguiram o carro da minha família, e metralharam um carro com uma mulher e duas crianças dentro."À tarde, o hospital informou que o casal concordou com a doação dos órgãos do filho.