domingo, 13 de novembro de 2011

13 DE MAIO

13 DE MAIO

Mais uma vez vamos comemorar o 13 de maio, a Abolição da Escravatura, pensei em não me manifestar sobre este assunto tão polemico, mas cada vez mais vejo o que está ocorrendo em nosso país e mais fico indignado. Certa vez, fui convidado a produzir um filme que tratasse do preconceito racial. Vasculhei vários livros e por fim acabei me identificando muito com um que relatava casos de nossa cidade e iniciei os trabalhos para a produção do filme. A história ocorrida em Castro,em 1880, quando da visita do imperador D.Pedro II e sua comitiva á nossa cidade.

Nossa maior dificuldade foi encontrar pessoas que se dispusessem a apareceram do filme, principalmente, negros. Os poucos que apareceram trabalharam e muito bem, mas um caso me deixou boquiaberto, entre os que toparam participar. Estava uma linda jovem a qual escolhi para ser a mucama de casa grande um dos principais papeis do filme. Pasmei!

Ela ficou indignada, pois só trabalharia se representasse a Imperatriz Tereza Cristina. Porque ela jamais faria papel de “negra” e escrava.

Com todos os altos e baixos o filme ficou pronto. O lançamento de “O Raiar da Liberdade” ocorreu no dia 20/11, Dia da Consciência Negra. Foi um sucesso, mas durante o evento fui criticado por uma socióloga, negra por sinal, por ter recriado a cena em que a Princesa Isabel assina a Lei Áurea, pois, segundo ela, a mesma não tinha importância, já que em 1888 só 30% dos negros no Brasil ainda eram escravos. Me desculpem os que concordam com essa socióloga, para mim, mesmo que a lei beneficiasse a apenas um negro, já teria valido apenas; ora, é inadmissível manter alguém como escravo.

Outro fato que muito me admira é o sistema de cotas nas universidades. Para mim nada mais é que um grande “atestado de burrice”,ora, só porque se é negro ou índio, se tem que ter privilégio? Jamais.

Lutemos sim, por uma educação melhor, por dignidade, por segurança, jamais por um sistema de assistencialismo.

Negros e índios são iguais aos brancos, a cor da pele não torna ninguém mais ou menos inteligente. Gostaria, sim, de ter mais negros e índios com formação superior, mas jamais sabendo que estes se utilizaram de cota para conseguir sua vaga na universidade; não aceito paternalismo e ou assistencialismo a quem quer que seja, brancos, índios, negros, amarelos, etc.Todos somos iguais, temos as mesmas dificuldades e capacidades de supera-las, se não o fazemos é porque não nos esforçamos o bastante.

Os negros e índios carregam o pior dos preconceitos, o preconceito de si próprio. A partir do momento em que tomarem consciência de que não há do que se envergonhar e se aceitarem como iguais, aí, sim haverá o fim do preconceito.

Quando o negro e o índio se aceitarem como são, humanos, em nada diferente das demais raças, aí, sim, a Lei Áurea terá valido a pena.

Ariano Elon.

ACADEMICO EM SERVIÇO SOCIAL

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